sábado, 13 de fevereiro de 2010

Cantante Cubano - Província de Sancti Spíritus/Trinidad.


Depois de um longo e tenebroso inverno sem postar nada, vou atualizar este espaço. No último post eu comentei que o “bispo da fotografia” Sérgio Ranalli estava por aqui, fazendo uma reportagem junto com a Marinha do Brasil, no Navio de Assistência Hospitalar Carlos Chagas, que atende as famílias ribeirinhas que vivem às margens do rio Madeira, trabalho jornalístico que pode ser conferido no endereço: http://www.foradefoco.blogger.com.br/. Depois do encontro aqui em Porto Velho/RO, eu tive que ir para Brasília/DF fazer um “freela”, combinei com o Ranalli que assim que eu chegasse, no dia 28/11, ligaria para ele. Depois de fazer a usual e pequena ponte-aérea BSB-PVH, meu ilustre amigo mineiro Eduardo foi me buscar no aeroporto. Ele estava com pressa, minha mala foi a última a ser entregue, essas coisas sempre acontecem nesses momentos. Aqui em Porto Velho/RO, entre os amigos, rola uma “rede de ajuda” interessante, como a maioria está longe de seus familiares, felizmente sempre tem um amigo disposto a te dar uma força. Confesso que da turma sou o amigo que dá mais trabalho, vivo “filando” comida na casa de todo mundo, tendo em vista que até hoje cozinho apenas miojo. Pobre amigo palmeirense, não sabia que menos de 24 horas depois passaria uma noite inteira em um hospital cuidando deste amigo corinthiano. E nessas horas é que sabemos quem são nossos amigos de verdade, independente de qualquer coisa.


Iglesia Parroquial de la Santísima Trinidad.


Tinha uma monografia do curso de Direito para elaborar, a qual, por motivos diversos, já estava sendo postergada em demasia para ser escrita. Não consegui falar com o Ranalli, o celular só tocava, e nada. Pensei, “afogou-se no Madeira, ou se perdeu entre os braços de uma guria e esqueceu do amigo”. Que seja. Fui comer uma comida japonesa com o nobre jornalista Benedito Teles e família. Comentei que estava sendo meio relapso com minha monografia, sempre achava uma desculpa para não sentar e escrever, mas que depois daquele dia, sim, eu ia me concentrar e escrever.



O celular toca, é o Ranalli avisando que está vivo, e dizendo que tem mais gente na área, a fotógrafa curitibana Luciana Dal Ri (capa da Revista Trip nº 180). Fizemos a “ronda noturna” pela cidade, que começou no minúsculo e apertado Informal, passando por outros bares, e terminando lá novamente. O voo da Luciana era às 03 da madrugada, aqui também tem uns voos com esses horários interessantes. Deixei o Ranalli no hotel, e combinei de levá-lo para comer um peixe assado na folha de bananeira no domingo.



Todavia, o que o Ranalli e nem eu esperava era que um traficante, beneficiado por uma liberdade provisória concedida por algum “emérito” juiz, furou o sinal vermelho em um cruzamento e acertou meu carro em cheio, que rodou mais de 360º graus. Claro, o marginal fugiu sem prestar qualquer tipo de apoio ou socorro. Bem, mais uma vez, tenho que chamar a “cavalaria de amigos” para me ajudar, na ocasião da colisão, lá vai o senhor Benedito Teles ter que sair do conforto da sua casa e apoiar o amigo. Na hora não senti dores, mas depois elas vieram. E na madrugada de domingo para segunda, lá vai meu amigo palmeirense de Ibiraci/MG me levar às pressas para o hospital. Tinha um amigo enfermeiro e nem sabia, sinceramente toda a atenção dispensada pelo camarada a esse marmanjo, que se contorcia na cama com dores, me comoveu. Acho que igual, só minha Mãe. Nada se rompeu, o baço estava inteiro, mas tudo afetou, duas semanas de gancho, tomando remédios e de repouso. Quem me conhece sabe que ficar duas semanas tomando remédio pra mim é torturante.


Palanque de los Congos Reales

As fotos de Cuba, bem são apenas para ilustrar a história contada acima. Todas foram tiradas em Trinidad, Cuba. Esse post é principalmente para agradecer a todos que estiveram do meu lado nesse momento difícil e que me apoiaram, bem como tiveram a paciência em me ajudar nos diversos favores que pedi nesse período de turbulência, como carro emprestado e afins, ao Benedito (meu caro, não sou mais aquele garoto de 15 anos que se perdia no carnaval de Ibaiti, e deixava até sua Mãe preocupada, mas ainda continuo dando trabalho, eu sei), Carol, Eduardo e Iza (que agora é a Mamãe do ano, mais um nenê da Beira), minha profunda e sincera gratidão por tudo isso, que é incomensurável, mas que espero retribuir. Também agradecer a uma guria, “uma guria que eu já conhecia”, que nesse momento se colocou do meu lado e tornou as coisas mais fáceis.