domingo, 22 de março de 2015

Monte Roraima

Depois de um longo e tenebroso inverso volto a escrever. Um amigo iria fazer um concurso em Boa Vista/RR, sendo assim ele me convidou para subir o Monte Roraima com ele. Dei uma olhada na data, e descobri que o mês de março seria um bom período para ir até lá, pois seria uma época de pouca e chuva e baixa temporada para turistas, ao contrário de datas como o carnaval e férias escolares.
Desde então comecei minha pesquisa. Entre várias indicações de empresas venezuelanas, brasileiras e guias que realizam o passeio, achei a Nativa Tour (http://www.nativatourskhasen.com/). Para um grupo de 4 pessoas o passeio sairia por mil reais por pessoas. Éramos um grupo composto justamente por esse número, entretanto, um dos colegas não puderam ir, por isso o tour ficou no valor de R$ 1300,00 por pessoa.
O lado positivo da Nativa Tour: nosso grupo foi apenas os três integrantes, ao contrário de outras empresas que montam grupos de quinze pessoas. A diferença financeira não é tão significativa, pois o valor gira em torno de R$ 750,00. Mas o ganho do turismo em relação ao tempo e conforto é significativo em um grupo menor.
Tendo em vista nosso escasso tempo, decidimos reservar um taxi para ir de Boa Vista até Santa Elena de Uiarén, na Venezuela. Distância de 230 Km. Entrei em contato a Dona Sônia (95 91280819 – 99123-2522), que fui atenciosa e garantiu que disponibilizaria um taxi para nos buscar em Boa Vista. No horário marcado lá estava o táxi como combinado. Entretanto, quando chegamos em Pacaraima, a Polícia Federal não estava mais atendendo, nem a Migraciones do lado venezuelano, portanto ficamos uma noite na cidade. Valor pago pelo taxi R$ 200,00.
Ainda em Boa Vista, em uma “Feira de Importados” comprei um carregado portátil de 23 mil amperes no valor de R$ 100,00.
Uma dica para economizar bateria é deixar o celular em “Modo Avião” e apenas um do grupo fica com o despertador ligado e é responsável em acordar o resto da galera.
Em Pacaraima, ficamos no Hotel Roraima, que cobrou R$ 210,00 pelo quarto triplo.
No dia seguinte, as oito horas da manhã, a Polícia Federal já estava funcionando. Fomos a pé até lá, carimbamos nossa saída, de lá caminhamos até “la migra” na Venezuela, onde carimbamos nossa entrada. De lá mesmo, pegamos um táxi brasileiro, que cobrou cinco reais, e nos deixou na Nativa, já em Santa Elena.
Nosso primeiro câmbio foi na cota de um real por 66 bolívares, que realizei ainda na fronteira, próximo ao posto de gasolina da Venezuela que é apenas para carros brasileiros.  Posteriormente, lá nas ruas de Santa Elena meus colegas fizeram o câmbio na proporção de um para 62 bolívares.
Ao contrário do que alguns dizer, não há vantagens exorbitantes na troca do dólar por bolívares, a moeda norte americana estava na proporção de um para 200 bolívares.
Para levar os três intrépidos aventureiros ao topo do Monte Roraima, a Nativa escalou como guia Heber Herreira, José Silva como auxiliar imediato, Andy, um guianense responsável pelo transporte da comida e Mauro, um índio fã da seleção brasileira e que mora no Parque Nacional Canaima na comunidade Paraitepuy, onde está o monte.
Saímos da entrada do Parque Canaima, onde pagamos uma taxa simbólica de 100 bolívares, por volta de 11h30 e caminhamos até às 15:40 até o acampamento rio Tek, onde fizemos nossa primeira parada.
Segundo dia, acordamos e tomamos um reforçado café da manhã, saímos por volta de 07h15 e caminhamos até o “Campamento Base”, que está a 1900m de altitudes, onde chegamos por volta de meio dia.
Pelo grupo ser pequeno e de pessoas com boas condições de saúde, acho que deveríamos ter tocado direto e subido o Monte Roraima no segundo dia.
Então aqui fica a dica, para grupo pequenos e de pessoas com boas condições de saúde física, vale a pena fazer o percurso em um dia e meio, saindo da base do Parque Canaima, o mais cedo possível e caminhar até o “Campamento Base”, e daqui partir cedo para o topo do Monte Roraima.
Foi é “refém do tempo” no Monte, então quanto mais tempo o aventureiro puder passar lá em cima melhor. O passeio de seis dias eu não recomento, achei pouco tempo, por isso acho que no mínimo tem que ser oito dias.
Saímos por volta de 07h30 e às 10h30 já estávamos em cima do Monte Roraima.

Sugestão de material para levar:
  • ·         Bananas passa (1kg);
  • ·         BCAA;
  • ·         Barra de Proteína;
  • ·         Sabão neutro;
  • ·         Bateria portátil para o celular (caso as fotos forem aparelho);
  • ·         Binóculos;
  • ·         Gelol e/ou emplastos (salonpas);
  • ·         01 calça impermeável;
  • ·         01 blusa impermeável;
  • ·         01 Blusa Thermo Skin;
  • ·         02 segunda pele;
  • ·         01 calça segunda pele;
  • ·         01 bota;
  • ·         Lanternas;
  • ·         Uma corda para varal e 05 prendedores;
  • ·         03 camisetas dry fit;
  • ·         Protetor solar;
  • ·         Chapéu ou boné;
  • ·         Óculos escuros;
  • ·         Toalha de banho;
  • ·         Álcool em gel (frasco pequeno);
  • ·         Lenços humedecidos;
  • ·         Hipoclorito (Clor In).



Intagram: @neilimafotografia

Monte Roraima












 Primeira janta.
 Café da manhã.
Almoço.


quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Parque Nacional Torres del Paine - Puerto Natales/Chile

A história não é das mais originais. Novamente, um amigo com algum tipo de problema emotivo, a velha lamúria de sempre de querer dar umas voltas pelo mundo para esquecer-se dos “problemas”, da bela empreitada amorosa que não teve um futuro exitoso, da garota que não atende mais ao telefone, mas que agora descansa nos braços e abraços de outro homem. Bem, como mochileiro de primeira hora e amigo acima de tudo (till the Gates of Hell) é meu telefone que sempre toca nessas horas, sempre fora do horário comercial.
A direção da aventura? Pouco importa nessas horas, pois o importante é estar ao lado de quem você confia. Essa era a minha visão, até ter que caminhar mais de 30 Km em trilhas sinuosas e íngremes, saltar sobre pedras até torcer o joelho e ainda ter que voltar caminhando machucado por mais de 10 Km. É após essa aventura alguns conceitos pessoais devem que ser revistos. Ou não.
Destino inicial previsto. Atenção para a palavra “previsto”. Parque Nacional Torres Del Paine, na cidade de Puerto Natales, na bela e hospitaleira República do Chile.
Uma das propostas desse blogueiro errante será a partir de agora também dar algumas dicas para mochileiros perdidos, sendo assim serei mais minucioso em algumas descrições logísticas e valores de hospedagem e transporte.
Saindo do Brasil por Porto Alegre/RS, o viajante desembarcará em Santiago do Chile, onde há caixas eletrônicos para saques, com cartões Mastercard e Visa, em pesos chilenos. Normalmente, as taxas são melhores do que das casas de câmbio, logo vale a pena retirar o dinheiro nos “cajeros eletrônicos”. Antes da viagem é bom verificar se o cartão está habilitado para movimentações financeiras no exterior.
De Santiago até Punta Arenas a Sky Airline, empresa aérea chilena, oferecia passagens por 220 dólares. A viagem é um tanto quanto cansativa, tendo em vista que há uma conexão (Puerto Montt) e três escalas. Mas nada que um bom vinho chileno, servido a bordo da aeronave e uma boa cerveja Austral, não ajude o viajante superar essa dificuldade.
Para ficar mais barata a aventura vale a pena desembarcar em Punta Arenas e de lá pegar um ônibus até Puerto Natales. Entretanto, também é possível ir de avião desde Santiago até Puerto Natales. Além do que cabe destacar que Punta Arenas é área de Zona Franca, então para aqueles que como eu não têm equipamentos e roupas adequados para a prática de “trekking”, vale a pena fazer umas compras por lá. Em média os preços são 40% mais baratos do que no Brasil. Uma das maiores lojas é a Balfer, onde o mochileiro poderá encontrar todo equipamento necessário.
Em Punta Arenas, era o único lugar que teoricamente, tínhamos feito uma reserva em um albergue. Ao chegar no local, um garoto que mais se parecia com um integrantes do The Smiths, disse que a reserva não tinha sido realizada, meu companheiro de viagem não tinha cópia do email enviado para efetuar a reserva. Nesse momento, começamos a perceber uma das principais características dos chilenos: a educação, a honestidade e a prestatividade. O atendente imediatamente ligou para outro hostal e providenciou uma reserva para esses mochileiros errantes. Hostel Oasis, Calle O’Higgins 808 esquina Av. Colón (www.oasishostal.cl). Por 20 mil pesos chilenos ficamos em um quarto com três camas, com banheiro dividido, mas em excelente estado de limpeza. Um bom café da manhã. Ao contrário da maioria dos hostals, apesar de estarmos em dois, a dona não alugou a terceira cama, o que é bom tendo em vista a quantidade de “tralha” que se carrega nessas viagens.
Já na primeira volta por Punta Arenas, compramos nossas passagens para Puerto Natales, que custaram 4 mil pesos chilenos, pela Buses Pachecos. Na cidades que nós passamos no Chile, Punta Arenas e Puerto Natales, não havia rodoviária, sendo assim, o viajante deve procurar o endereço da empresa, onde geralmente é o local de saída/chegada dos ônibus. Buses Pacheco Av. Colón, 900,(www.busespacheco.com) Punta Arenas.
Para ir até a Zona Franca, buscamos um “táxi colectivo”. Um mecanismo interessante de transporte público desenvolvido pelos chilenos. Os táxis possuem linhas determinadas e para o passageiro custa “simbólicos” 350 pesos chilenos e levam até quatro pessoas cada veículo. A idéia era sair à noite em Punta Arenas e curtir uma balada na noite chilena, mas o cansaço da longa viagem falou mais alto e dormimos.
Como de regra, nas mãos apenas o completo Lonely Planet, chegamos na amistosa cidade chilena de Puerto Natales. Cidade fundada em 31 de maio de 1911. Situada a 51°43”39’ Latitude S. Na descida do ônibus fomos abordados por um senhor que oferecia vaga em um hostal, como bons brazucas desconfiados não aceitamos de primeira a oferta, falamos que tínhamos que comprar primeiro passagens para o Parque Nacional Torres Del Paine, e depois iríamos atrás de um hostal. Ele insistiu e até se ofereceu para levar-nos até o ponto de venda de tickets. Falamos que iríamos a pé. Saímos em busca da passagem para Torres Del Paine. Ao chegar na loja, o mesmo senhor que tinha nos abordado anteriormente estava lá. Decidimos abrir uma exceção e confiar no cara.
Valeu a pena o voto de confiança, pois ele nos levou para um hostal muito bom. Com um beliche no quarto, um banheiro privado e um bom café da manhã. Por apenas 7 mil pesos chilenos. (http://www.costapatagonica.cl).
Tendo em vista que o ônibus que iria nos levar até o Torres Del Paine só sairia no outro dia, decidimos curtir um pouco a cidade. O primeiro bar que teve a honra de nos receber foi “El Bar de Ruperto”. O bar tem um estilo próprio, com espaço para música ao vivo e um bom atendimento. Interessante que no local toca mais música latinoamericana de Pablo Milanés, Violeta Parra, Mercedes Sosa e Sílvio Rodriguez, o que me agradou.
Depois de tantas voltas e de algumas garrafas de vinho e da boa cerveja Austral, partimos para o desafio maior: conquistar Torres Del Paine. A entrada no parque custa 15 mil pesos chilenos (http://www.conaf.cl/parques/ficha-parque_nacional_torres_del_paine-39.html).
No local fomos informados sobre um incêndio que tinha começado no dia anterior, o que no momento impossibilitaria a visita ao Glaciar Grey. Pegamos nossas coisas, pagamos 2500 pesos chilenos para uma van nos levar até o Acampamento las Torres.
Nessa região, normalmente, anoitece por volta das 22:00h, sendo assim, armamos nossa barraca e já partimos para a primeira caminhada com destino ao “Mirador Las Torres”.
Para quem for levar uma máquina fotografia estilo SLR, recomendo uma objetiva 28-300mm, pois a versatilidade dessa lente é a mais apropriada, tendo em vista que o local oferece cenas próximas e distantes para o registro fotográfico. Também é interessante levar um saco plástico para proteger o equipamento, seja da chuva ou da poeira. Colocá-la em uma bolsa também é apropriado, mas há o risco de perder alguma imagem até a retirada completa do equipamento.
A caminhada entre o “Acampamento las Torres” e o “Mirador las Torres” tem 9 Km, e uma duração aproximada de 4,5 horas. De acordo com o guia informativo do parque é considerada uma caminhada de média dificuldade. É importante levar água e alguma coisa para comer, como barras de cereais e/ou frutas cristalizadas. Aproximadamente no meio do caminho tem o “Acampamento Chileno”, que vende bebidas e alimentos.